Desde que o surto de coronavírus virou o tema central das notícias diárias, vimos muitas das peças indefinidas da ordem deste século serem definidas uma a uma pelas principais forças em campo jogando esse jogo.

E a questão final em jogo que é: qual é a nação que liderará este século?

Iniciativa das Novas Rotas da Seda

Essa pergunta coincide com quem desempenhará o papel de colocar as moedas e conectar as rotas de comércio entre o Oriente e o Ocidente.

Essa mesma questão tem sido objeto de guerras ao longo de todos os séculos desde os tempos antigos, e pode permanecer assim por todos os outros séculos vindouros. Quem domina o comércio mundial, domina o mundo.

Mas agora a América não será mais a líder do Ocidente, porque é provável que o Oriente comece a liderar o caminho do século a partir de agora.

Os asiáticos, sob o exemplo principal da China, conseguiram controlar os perigos de uma complexa arma de destruição em massa combinada com uma guerra de informações massivamente poderosa, que eles desconstruíram cuidadosamente com pontes aéreas e suprimentos de recursos de saúde e doações para o resgate de nações na Europa, África e América.

Enquanto isso, os EUA ainda estão administrando um furacão sócio-financeiro, sem sistema de saúde pública e uma dívida maciça por salvar repetidamente empresas zumbis consideradas grandes demais para falir, com dinheiro público.

Essa crise enterra não apenas o dólar, a economia americana, os símbolos americanos de liderança, os sonhos americanos, mas também o modelo americano de democracia presidencial que até agora tem sido o exemplo principal de todos os outros países americanos como Canadá, México, Argentina e Brasil.

A China mostrou-se mais preparada para liderar este século, mostrando procedimentos e padrões superiores de segurança e saúde para a assistência médica, enquanto levantava hospitais gigantes em questão de dias, ostentando ao mundo um nível superior de organização e supremacia tecnológica e administrativa.

Mandatory Credit: Photo by CHINE NOUVELLE/SIPA/Shutterstock (10549035h)

Além de possuir quantidades imensas de recursos financeiros que facilitaram a parada de sua economia pelo tempo necessário, enquanto a dívida dos EUA colocava suas lideranças num dilema: salvar vidas ou salvar a economia? Os pais fundadores do modelo americano de civilização não podiam prever ameaças como o COVID-19, e não puderam preparar o código de moralidade de seu país para uma ameaça pública como o COVID-19.

A China é agora uma nova classe de “coisa” que agora devemos estudar para aprender e entender, a fim de avançar. E a América será um exemplo mórbido de como não tratar a vida humana como um mero negócio, deixando a população à própria sorte e colocando preço na vida e na saúde humana.

Las Vegas, Steve Marcus, Reuters

O Sonho Americano é agora um episódio de Walking Dead, juntamente com o modo de vida e administração materialista e maximalista americana, seu complexo industrial e doutrinas militares, enquanto seu enorme hardware colapsa sob essa ameaça, como ontem o comandante de um dos principais porta-aviões da sua frota, o USS Theodore Roosevelt, que pediu a ajuda da Marinha por estar infectado com o COVID-19, com medo de que a infecção pudesse colocar toda a tripulação de 4000 pessoas em perigo.

Os EUA são agora a nova União Soviética caindo sobre si mesma com a força de seu enorme peso e altitude, e com isso estamos agora prontos para implementar em um novo paradigma de gestão e civilização.

Mas primeiro ainda temos que terminar de administrar o furacão COVID-19 e construir os canais de comunicação para criar os canais de colaboração entre os maiores perdedores desta guerra, que serão os EUA e o Brasil.

Enquanto se escrevia este artigo, o Brasil tinha cerca de 200 pessoas infectadas, enquanto os EUA tinham 4000, o que pode nos dar uma proporção de quanto o impacto será maior nos EUA.

Os EUA cairão de uma altitude mais alta, enquanto o Brasil tem mais proteções políticas e naturais contra esse evento do que os EUA. Há escrituras que dizem que no final dos dias o último seria o primeiro e os mansos herdariam a Terra.

É muito mais seguro estar hoje no meio da floresta amazônica do que em Nova York.

É por isso que acredito que essa crise construirá as conexões entre as Américas do Norte e do Sul que ainda não foram criadas e que finalmente mudarão os paradigmas políticos e de gestão que jogamos como nações americanas.

A Primeira e a Segunda Guerra Mundial aconteceram para que hoje o mundo tivesse uma instituição plurinacional e um regulador de mercados globais, como a União Européia, que hoje consegue se posicionar como uma das maiores economias e civilizações que conhecemos.

É provável que, com a comunicação e cooperação entre as nações americanas, nasça um novo sonho americano, criando um novo EUA: a UEA. A União de Estados Americanos, um bloco plurinacional inspirado em um sonho de respeito à vida sobre os bens e a solidariedade entre povos de diferentes origens.

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